Esse vai em português, porque se refere ao meu país, e se dirige ao seu povo.
Estávamos eu e o Pivo no Extra hoje comprando janta. Na fila do caixa rápido, me chamou a atenção um pacote de bolachas semi-comido escondido no meio dos pacotes de salgadinho que colocam ali pros compradores compulsivos. Fiquei chateado, mas, vamos lá, foi um evento isolado.
Mais para a frente, o Pivo vê uma dessas bandejinhas de isopor, rasgada e vazia. Depois, uma lata de refrigerante vazia. Depois, uma garrafa d'água bebida até a metade. E mais, mais, mais. Puta merda. O povo, além de roubar o supermercado, ainda é porco.
Não resisti. No caixa, perguntei à moça quanto eles tinham de prejuízo com mercadoria comida ou roubada. Ela me respondeu que, à parte o que eles têm que jogar fora por estar vencido, ou o que quebra, eles têm de 10 a 20 mil reais de prejuízo com roubo por mês. Vinte! Mil!
Um quarto de milhão de reais por ano é o prejuízo que apenas aquele supermercado tem com gente que rouba descaradamente os produtos, come pela metade, desperdiça o resto e vai embora.
Maldito seja o povo brasileiro. O que mais dizer de um país em que quem segue a lei é taxado de otário? Quem é esperto pirateia programas, jogos de video game, sistemas operacionais e filmes, sonega impostos, rouba supermercados. Você pode argumentar que o governo é uma bosta e fode o povo, e isso é só o povo se virando sozinho. É assim que se faz então? Cada povo tem o governo que merece.
Mais uma razão para eu acreditar que este país não tem mais como sair da pilha de bosta sob a qual se encontra, por culpa de sua própria gente estúpida.
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3 comments:
Se o melhor do Brasil é o brasileiro, eu nem quero ver o pior.
Falando sério, isso é uma questão histórica. O país nasceu e cresceu (?) assim. Ele foi fundado por gente que só queria "dar um jeito" de se aproveitar dos recursos naturais nativos da América do Sul. Depois, foi espertalhão em cima de espertalhão, até chegarmos aonde estamos.
Pra ser honesto, é inacreditável que o Brasil seja tudo o que é, apesar de ter o povinho mais sem-vergonha que eu já vi. Não que eu tenha visto muitos, mind you, eu digo isso com base no que vejo de outros países, seja por relatos de quem vai pra fora, seja por notícias que chegam de lá.
De um jeito ou de outro, a máxima é verdadeira: "cada povo tem o governo que merece".
A pergunta que fica é: se o brasileiro gosta de depender do governo pra tudo, e se a educação do brasileiro depende do governo, será que algum dia o Brasil vai deixar de ser o país do futuro pra ser o país do presente?
Daniel, concordo em massa, carga e spin (como diria o Pivo). É assim no supermercado, nas ruas e estradas, nas repartições públicas nem se fala.
Não sei até que ponto é uma questão histórica como diz o Chico (em certo grau, sem dúvida nenhuma), se fosse só isso, a Austrália que era um colônia prisional, não seria o primeiro mundo que é hoje.
Acho que o grande problema é que o povo acha que tem muitos direitos e nenhum dever.
Pelo contrário, a Austrália entra na minha equação também. A diferença entre lá e aqui é que a Austrália era exatamente o que você disse: uma colônia prisional. Eles mandavam os caras pra lá e eles que se virassem. Numa situação dessas eu vejo duas possibilidades: ou todo mundo se mata mutuamente ou eles encontram um conjunto de regras para conviver.
Aqui a coisa foi diferente: o Brasil nasceu como uma colônia de exploração. Ou seja, o pessoal que vinha pra cá estava a fim de conseguir uma grana fácil. Não é à toa que brasileiro pensa que só tem direitos e não deveres: era exatamente assim que os colonizadores pensavam! Eles não assumiam nenhuma responsabilidade para com o local, só queriam saber era do lucro que obteriam explorando tudo o que pudessem. Essa mentalidade sobrevive até hoje: as pessoas ignoram seus deveres cívicos porque se recusam a assumir a responsabilidade inerente à cidadania. Elas só querem saber de seus direitos assim como os portugueses só queriam saber do lucro.
Não conheço muito a Austrália e por isso não posso dizer se o povo por lá é mais ou menos civilizado que aqui. Meu palpite é de que certamente existem espertalhões por lá (como em qualquer parte do mundo), mas de maneira geral eles parecem ter se dado melhor que nós.
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