Saturday, May 09, 2009

Star Trek: Reboot?

Ontem, hoje, e por algum tempo ainda, em uma sala de cinema perto de você, um fanboy está morrendo do coração. Eu, como todo bom trekkie, assisti o filme o mais rápido que pude.

Aqui vão as minhas impressões sobre o filme, e seu impacto sobre a série. Aviso: Contém spoilers!

O filme faz com o universo de Jornada aquilo que já estava se mostrando necessário havia muito tempo, mas que ninguém queria admitir. A série precisava de um reboot para continuar viva. Depois do final de Star Trek: Voyager, não restaram mais grandes "vilões" na galáxia: O Dominion não era mais uma ameaça, os Borgs foram praticamente exterminados, e os inimigos clássicos (romulanos, klingons, etc.) já estavam suficientemente encaminhados para se tornarem amiguinhos.

Além disso, a menos dos cantos mais longínquos do quadrante Gama, a galáxia já estava quase que totalmente mapeada e explorada. O problema disso é que com toda a Via Láctea conhecida não restava mais nenhum potencial de exploração, porque a primeira coisa que é determinada no universo de Star Trek é que não é possível sair da galáxia. Ou seja, com tudo conhecido, e com as distâncias diminuindo pela tecnolgia de dobra, logo a coisa iria descambar para a geopolítica (ou seria galactopolítica?) de Star Wars. Eventualmente, a Federação iria encompassar toda a galáxia, e todos viveriam felizes para sempre, até Andrômeda bater na gente e os exploradores voltarem a ter assunto.

Sem falar no engessamento por que estava passando o cenário, o que é perfeitamente cabível numa série de mais de 40 anos. Não havia mais espaço para novidades, pois qualquer coisa nova que fosse inserida inevitavelmente traria problemas para o cânon (veja as três primeiras temporadas de Star Trek: Enterprise).

O novo filme resolve todos esses problemas de uma maneira elegante (mesmo que drástica): Uma viagem no tempo, argumento usado a rodo pelos roteiristas de Voyager, só que dessa vez com consequências irreversíveis no passado. Pronto. Uma realidade alternativa, e tudo é novo, e a alegria volta ao mundo de novo. Reboot. Todos os eventos podem acontecer de novo: Khan pode ou não ser encontrado à deriva na SS Botany Bay, a lua dos klingons pode ou não explodir, os romulanos podem ou não violar a zona neutra, os fundadores podem ou não fundar o Dominion, os Borgs podem ficar muito tempo sem saber da existência da Federação. Nada mais precisa acontecer de novo. O cânon está livre. Diabos, eles até podem sair da galáxia se quiserem.

À parte o impacto sobre a série, o filme é muito bom, por seus próprios méritos. Não tem muito a ver com a premissa original de Star Trek, mas esse desvio era necessário. Chega de efeitos especias patéticos por causa de um orçamento igualmente patético. As atuações são brilhantes: claramente estão desperdiçando o talento de Zachary Quinto em Heroes. O filme é bem dirigido e bem amarrado, apesar de se passar o tempo todo num ritmo alucinante. Enfim, um excelente filme de ação. Do ponto de vista do trekkie babão, o filme me agradou o tempo todo. Ele é tão permeado de citações e referências ao universo de Jornada que eu passei toda a sessão rindo por reconhecer as piadas.

No geral, eu recomendo a todos, fãs ou não, assistir esse filme. Os caras capricharam dessa vez.

2 comments:

Carolnardi said...

Como vc é babão!!!!

Francisco said...

Drástica??? Imagina! Eles só explodiram (implodiram?) um dos planetas fundadores da Federação...