E aproveitando para testar o Bloggy.
Os últimos meses foram de longe os mais dolorosos por que já passei. Coração partido, desilusões dos piores tipos, traição e abandono. Esse período compete de perto com o meu segundo colegial na lista das piores épocas da minha vida.
O que sai desse turbilhão eu ainda não sei definir, mas definitivamente não é o mesmo que entrou. Boa parte está perdida para sempre, como o meu otimismo em relação a pessoas e o meu deslumbramento com a vida. Alguns chamam isso de amadurecimento. Para mim são cicatrizes.
Por outro lado, estou reencontrando muito do que de outra forma teria se perdido. Relembrei do gosto de sentar por horas a fio no piano, tocando até as costas doerem. Resgatei amizades antigas, antes desgastadas pelo afastamento ou por razões ou influências só compreendidas agora.
E houve o aprendizado. O que começou apenas como um exercício de autocontrole evoluiu para uma apreciação da efemeridade das coisas. Tudo passa. Planos de longo prazo acabam se tornando fontes de ansiedade e dor. É uma sensação estranhamente libertadora não fazer planos. O difícil é encontrar um meio-termo.
No fim das contas, nada do que falamos sobre dificuldades em relacionamentos realmente procede até que de fato tenhamos passado por elas.
Trilha sonora: Opeth - Coil
Friday, October 30, 2009
Saturday, June 27, 2009
On supporting characters
I used to think nobody wants to be on the sides of life. Marginally connected to the big picture, these people would be condemned to an endless uninteresting life of wondering "what if". None of whom will ever be remembered in 200 years. I used to fear becoming one of them.
I had a discussion on this subject with some friends a while ago, and it ended up on the role a person's upbringing plays in their development. By that time, I hadn't yet fully realized the importance of this relationship. I still maintain, however, that this alone is not enough, but it is crucial for that matter. In any case, it all revolved around one simple premise: everyone is meant to do great things.
But are they?
Sometimes a person's potential lies exactly on the small, unnoticed, supporting actions for someone else's everyday life. A loving and caring housewife, an insightful bartender, a friend's shoulders on which to cry. Where would be the great men and women of all times without them?
Maybe the inherent unhappiness of these modern days lies just on this imperative must-win, no-fail, fast-paced craziness we burdened upon ourselves. Maybe our lives are actually smaller than what we estimate of them. Maybe we give it up on the wrong times because we are frightened of failure.
Who knows what we would be capable of if we just let ourselves free of this anticipation? Instead of burying ourselves in a pointless anxiety over success and growth, what if we just let life go and do our best with it? Perhaps this is an answer to someone out there. Perhaps it's just another source of affliction.
Anyway, it doesn't hurt to think about it.
I had a discussion on this subject with some friends a while ago, and it ended up on the role a person's upbringing plays in their development. By that time, I hadn't yet fully realized the importance of this relationship. I still maintain, however, that this alone is not enough, but it is crucial for that matter. In any case, it all revolved around one simple premise: everyone is meant to do great things.
But are they?
Sometimes a person's potential lies exactly on the small, unnoticed, supporting actions for someone else's everyday life. A loving and caring housewife, an insightful bartender, a friend's shoulders on which to cry. Where would be the great men and women of all times without them?
Maybe the inherent unhappiness of these modern days lies just on this imperative must-win, no-fail, fast-paced craziness we burdened upon ourselves. Maybe our lives are actually smaller than what we estimate of them. Maybe we give it up on the wrong times because we are frightened of failure.
Who knows what we would be capable of if we just let ourselves free of this anticipation? Instead of burying ourselves in a pointless anxiety over success and growth, what if we just let life go and do our best with it? Perhaps this is an answer to someone out there. Perhaps it's just another source of affliction.
Anyway, it doesn't hurt to think about it.
Wednesday, May 27, 2009
Eu tive um sonho
Não, não é mais um discurso ideológico. Abaixo, a narrativa de um sonho muito curioso (e satisfatório) que tive essa noite.
Sala de estudos, tarde da noite, empacotando minhas coisas para ir embora. Me despeço dos amigos que ainda continuam por lá e vou para o meu carro. No caminho, em frente à entrada da Ala Central, me deparo com uma aglomeração de alunos se preparando para armar o piquete em frente à biblioteca.
Dessa vez, eles não se contentam em bloquear a entrada com sofás velhos ou cadeiras tiradas das salas de aula, mas trazem sacos de cimento para empilhá-los na porta! Pelo menos os sacos parecem de cimento, mas poderia ser qualquer outro pó. Ignoro a turba e continuo indo para o meu carro.
Ao chegar ao estacionamento, não encontro o carro. Penso que me esqueci de onde o deixei, e começo a sondá-lo com o controle remoto do alarme. Olho ao redor procurando a luz âmbar do pisca-alerta, e, para a minha surpresa, a encontro vindo de uma caminhonete estacionada em uma não-vaga.
Curioso, me aproximo da caminhonete e aperto o botão para desligar o alarme. E, de fato, ela me manda o bip-bip de que o alarme está desligado. Sem reparar em ninguém ao redor, abro a porta e não vejo nada de incomum, exceto que essa caminhonete enorme está com o meu alarme instalado nela e meu carro está desaparecido.
Ponho-me a calcular a probabilidade de terem codificado um outro alarme com a mesma combinação que o meu, e logo concluo que meu carro fora roubado e desmanchado, e as peças, espalhadas.
Aqui, meu subconsciente faz uma pausa dramática; me encontro no mesmo lugar, só que já amanheceu, a caminhonete não está mais lá, e no estacionamento da Física se forma o que parece uma manifestação de alunos em favor da greve. Estão todos esperando alguma coisa.
Alguns policiais estão posicionados por ali, caso a coisa esquente. Me dirijo a um deles, que parece ter mais de dois metros de altura, e comunico que meu carro fora furtado na noite anterior. Explico a ele que uma caminhonete parecia estar equipada com o meu alarme, e no fim do meu relato o policial só diz lentamente "Excelente", com uma cara de satisfação. Ele me encaminha a outro policial que me leva a um local elevado ali perto. Provavelmente o alto do Morro da Coruja, mas meu subconsciente fez mais uma vez uma intervenção dramática e o pôs no lugar do laboratório de ressonância magnética, para me dar uma visão melhor do que aconteceria em seguida.
Olhando ali do alto, de tocaia, vejo a tal caminhonete chegando, carregada de mais sacos de cimento. Quando os alunos que estavam ao redor vão em direção a ela para descarregá-los, eu aperto o botão do alarme e a caminhonete apita. Esse é o sinal que os policiais que ficaram embaixo, assumindo posições estratégicas, estavam esperando.
Imediatamente, eles sacam as armas e dão a ordem de prisão. Um conflito se segue, com muitas borrachadas e gás lacrimogênio. Gritos de "Opressão!", "Fora a PM do Campus!", "Isso não representa o coletivo dos estudantes!" são rapidamente obscurecidos por fumaça e pancadaria. Desço do morro e observo, satisfeito. Daí me pergunto, "mas e o meu carro?".
E então, acordei. Em parte, aliviado por ter sido um sonho. Em parte, decepcionado.
Sala de estudos, tarde da noite, empacotando minhas coisas para ir embora. Me despeço dos amigos que ainda continuam por lá e vou para o meu carro. No caminho, em frente à entrada da Ala Central, me deparo com uma aglomeração de alunos se preparando para armar o piquete em frente à biblioteca.
Dessa vez, eles não se contentam em bloquear a entrada com sofás velhos ou cadeiras tiradas das salas de aula, mas trazem sacos de cimento para empilhá-los na porta! Pelo menos os sacos parecem de cimento, mas poderia ser qualquer outro pó. Ignoro a turba e continuo indo para o meu carro.
Ao chegar ao estacionamento, não encontro o carro. Penso que me esqueci de onde o deixei, e começo a sondá-lo com o controle remoto do alarme. Olho ao redor procurando a luz âmbar do pisca-alerta, e, para a minha surpresa, a encontro vindo de uma caminhonete estacionada em uma não-vaga.
Curioso, me aproximo da caminhonete e aperto o botão para desligar o alarme. E, de fato, ela me manda o bip-bip de que o alarme está desligado. Sem reparar em ninguém ao redor, abro a porta e não vejo nada de incomum, exceto que essa caminhonete enorme está com o meu alarme instalado nela e meu carro está desaparecido.
Ponho-me a calcular a probabilidade de terem codificado um outro alarme com a mesma combinação que o meu, e logo concluo que meu carro fora roubado e desmanchado, e as peças, espalhadas.
Aqui, meu subconsciente faz uma pausa dramática; me encontro no mesmo lugar, só que já amanheceu, a caminhonete não está mais lá, e no estacionamento da Física se forma o que parece uma manifestação de alunos em favor da greve. Estão todos esperando alguma coisa.
Alguns policiais estão posicionados por ali, caso a coisa esquente. Me dirijo a um deles, que parece ter mais de dois metros de altura, e comunico que meu carro fora furtado na noite anterior. Explico a ele que uma caminhonete parecia estar equipada com o meu alarme, e no fim do meu relato o policial só diz lentamente "Excelente", com uma cara de satisfação. Ele me encaminha a outro policial que me leva a um local elevado ali perto. Provavelmente o alto do Morro da Coruja, mas meu subconsciente fez mais uma vez uma intervenção dramática e o pôs no lugar do laboratório de ressonância magnética, para me dar uma visão melhor do que aconteceria em seguida.
Olhando ali do alto, de tocaia, vejo a tal caminhonete chegando, carregada de mais sacos de cimento. Quando os alunos que estavam ao redor vão em direção a ela para descarregá-los, eu aperto o botão do alarme e a caminhonete apita. Esse é o sinal que os policiais que ficaram embaixo, assumindo posições estratégicas, estavam esperando.
Imediatamente, eles sacam as armas e dão a ordem de prisão. Um conflito se segue, com muitas borrachadas e gás lacrimogênio. Gritos de "Opressão!", "Fora a PM do Campus!", "Isso não representa o coletivo dos estudantes!" são rapidamente obscurecidos por fumaça e pancadaria. Desço do morro e observo, satisfeito. Daí me pergunto, "mas e o meu carro?".
E então, acordei. Em parte, aliviado por ter sido um sonho. Em parte, decepcionado.
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